Páginas

sexta-feira, 29 de agosto de 2008


Era quase uma necessidade um do outro, mas eles ainda não sabiam ao certo o que era aquilo que tanto abrandava quanto atormentava, apenas sentiam que nao poderia haver outro caminho exceto o que levava um ao encontro do outro, como uma planta procura o sol em busca do alimento. Sentaram e conversaram muito e deixaram todas as janelas abertas para que o sol entrasse e iluminasse as velhas fotos que ela guardava sobre a mesa como uma forma de nunca deixar que aqueles momentos fugissem da memória. Ele trouxe um buquê de flores vermelhas ela havia mencionado certa vez como lindas e exóticas: ixórias. Ixórias? sim, ixórias. Ela queria ser mimada. Queria que ele tivesse algum trabalho para comprar flores. Rosas são lindas mas são comuns e tem em todo lugar e por saber dela assim foi em buscas de ixórias. Ele segurou sua mão e olhou em seus olhos com uma ternura infinita...sabe aquela ternura de quem precisa dizer urgentemente eu te amo, não posso mais viver sem você, mas porque não podemos ficar juntos ainda? ela o compreendia apenas com o olhar e apertou sua mão com a força exata para que ele entendesse que era preciso que aceitassem as impossibilidades, mas que nunca desistissem um do outro. Ela segurou seu rosto com a barba ja um pouco crescida que ele provavelmente deixara para lhe chamar a atenção pois sabia que ela gostava dele assim, e antes de tudo, acariciou suavemente sua pele. Sabe aquele olhar? Aquele que faz com que os dois possam ficar em silêncio sem a necessidade de falar, apenas sentindo o cheiro um do outro tendo assim a constatação da presença física plena e desse modo tão próximo? Era tudo que ela queria. Era tão importante estar com ele naquele instante, tão importante...nada mais importava.
Era como segurar a mão dela e seguir por um caminho qualquer e saber que qualquer que fosse a estrada eles estavam na rota certa:a mesma. Cumplices.
Era como chegar na praia só pra ver no rosto dela aquele sorriso e ela ouvir dele o seu nome.
Todos os dias seu nome na boca daquele homem.

- Janinha -

Nenhum comentário: